Incluir o corpo no trabalho vivencial é verdadeiramente transformador.
O que nos diz a evidência científica?
As evidências são reveladoras da eficácia da intervenção em grupo tanto pelos benefícios económicos como pelo desenvolvimento de múltiplas competências psicológicas (Yalom & Leszcz, 2006).
Bromberg (1986) quis dar resposta à questão: “o trabalho corporal psicologicamente orientado é terapêutico?”. Os resultados foram afirmativos, indicaram que os participantes obtiveram relaxamento das tensões musculares, aumento de energia, correção postural, aumento de capacidade respiratória e melhoria da perceção de si.
O artigo” The psychology of the COVID-19 pandemic: A group-level perspective. Group Dynamics: Theory, Research, and Practice”, diz-nos que a intervenção em grupo desenvolvida por psicoterapeutas é eficaz na redução da depressão, consumo de substâncias ilícitas, ansiedade, luto patológico, stress e alívio do sofrimento psicológico proveniente do isolamento social.
O estudo, “Bioenergetic exercises in inpatient treatment of Turkish immigrants with chronic somatoform disorders: A randomized, controlled study”. Foi realizado no hospital Inntalklinik na Alemanha, com 128 participantes constituintes de 2 grupos, o de controle e o grupo de intervenção somática.
Ambos receberam sessões de psicoterapia individual e tinham o mesmo facilitador. O grupo da somática realizou exercícios de vocalização, respiração, movimentos corporais, expressão emocional e grounding e o grupo de controle recebeu exercícios de ginástica.
Foram aplicados pré testes e pós testes a todos os participantes. Os seus resultados indicaram que a intervenção somática resultou numa mudança mais significativa do que a do grupo de controle, com diminuição de sintomas de somatização, depressão, ansiedade, redução da hostilidade e aumento da espontaneidade na expressão emocional.
Ademir Biotto (2004), expôs o seu trabalho de psicoterapeuta corporal com pacientes psiquiátricos em contexto de vivencias grupais como tendo um efeito terapêutico e preventivo de recaídas com internamento. Os resultados mais relevantes, após 15 sessões, recaíram sobre uma maior aceitação e reparação das emoções, melhoria do ritmo de sono, alívio das tensões somáticas e emocionais, aclaramento do pensamento e “despertar da autoestima”.